
Monchique quer combater plantas invasoras para evitar perda de biodiversidade
Monchique, Faro, 09 set 2021 (Lusa) – A Câmara de Monchique pretende combater as plantas invasoras, para evitar a perda de biodiversidade e potenciar a conservação das espécies nativas, através de um projeto desenvolvido em parceria com a associação ambientalista GEOTA, anunciou a autarquia.
O projeto “Invasoras.MCQ” vai ser implementado, numa primeira fase, em duas áreas sob gestão municipal, para demonstrar como se deve intervir no combate às espécies invasoras ‘Mimosa’ (Acacia dealbata) e a ‘Austrália’ (Acacia melanoxylon), especificou o município do distrito de Faro, em comunicado.
De acordo com o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, citado no documento, a proliferação das plantas invasoras “agudizou-se após os incêndios rurais, com um aumento exponencial do número de plantas por ação do fogo e da exposição à luz solar, surgindo em locais onde anteriormente não existiam”.
“É urgente intervir nas áreas onde as plantas invasoras ganham terreno sob pena da perda irremediável de biodiversidade e da identidade destes locais e das características da Serra de Monchique”, alertou o autarca.
Algumas espécies de plantas invasoras têm a capacidade de coexistir com as espécies nativas de forma equilibrada, existem outras que conseguem colonizar o ambiente, formando novas populações, com diversos impactos negativos ao nível da biodiversidade, impedindo o desenvolvimento das espécies autóctones, ao mesmo tempo que alteram o habitat, competindo por alimento e espaço, lê-se na nota.
Por seu turno, o presidente do Grupo de Estudos e Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), também citado na nota do município, adianta que o projeto “Invasoras.MCQ” nasceu “da necessidade da ação humana, para travar o crescimento de espécies invasoras”.
“Em Portugal continental, ao longo dos dois últimos séculos e especialmente nas últimas décadas, o número de espécies exóticas tem aumentado muito, estimando-se que possam contabilizar cerca de 670 espécies, o que corresponde a aproximadamente 18% da flora nativa”, notou João Dias Coelho.
A Câmara de Monchique vai investir cerca de 17 mil euros na primeira fase do projeto “Invasoras.MCQ”, cujo início está marcado para o dia 20 de setembro, com intervenções nas áreas do Convento e do Montinho, na vila de Monchique.
jpc
PT/ GUIA DAS ESPÉCIES EXÓTICAS E INVASORAS DOS RIOS, LAGOS E ESTUÁRIOS DA PENÍNSULA IBÉRICA
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Espécies exóticas invasoras de água doce e sistemas estuarinos: sensibilização e prevenção na Península Ibérica
Co-financiado pela UE no âmbito da iniciativa Life e coordenado pela Universidade de Múrcia, LIFE INVASAQUA visa contribuir para reduzir os impactos nocivos das ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORASORAS (IEE) na biodiversidade, aumentando a sensibilização do público, aumentando a formação nos sectores envolvidos e criando ferramentas para um sistema eficaz de alerta rápido e resposta rápida (EWRRR) para gerir os seus impactos nos ecossistemas e estuários de água doce.
Life Invasaqua é coordenado pela Universidade de Múrcia com a participação de 8 parceiros:: EFEverde da Agencia EFE, UICN-Med, Museo de Ciencias Naturales-Centro Superior de Investigaciones Científicas, Sociedad Ibérica de Ictiología (SIBIC), Universidad de Navarra, Universidad de Santiago de Compostela, Universidad de Évora e Associaçao Portuguesa de Educaçao Ambiental (ASPEA)