
Pequenos gestos contra espécies exóticas invasoras
Mérida (EFEverde/Lifeinvasaqua) – Os cidadãos desempenham um papel muito importante na luta contra as espécies exóticas invasoras, porque uma ação ou uma atitude, como mudar a água dos bebedores de nossos animais de estimação ou os pratos das panelas, pode impedir a proliferação, por exemplo, do mosquito tigre.
Descartar a presença do jacinto de água (camalote) em pequenos lagos domésticos ou tanques de peixes, não comprar tartarugas da Flórida, entre outras espécies exóticas, e evitar recipientes com água para flores em cemitérios são outras, algumas das decisões ou ações que os cidadãos devem tomar.
Se este papel de colaboração e sensibilização é importante, também é o dos meios de comunicação social quando se trata de transferir para a sociedade as ameaças colocadas por este tipo de espécies exóticas invasoras que, na opinião do chefe da Área de Vida Selvagem da Direcção-Geral do Ambiente da Extremadura e coordenador de projectos contra estas espécies, Maria Jesus Palacio, “vieram para tentar ficar.
“São um problema de saúde, um problema para a agricultura, a pecuária e a biodiversidade autóctone”, acrescenta Palacio em entrevista à Efe após a reunião realizada pelos chamados “Agentes Chave” do projeto Interreg Europe Invalis, destinado a proteger a biodiversidade europeia de espécies exóticas invasoras.
Administração, agricultores, criadores de gado, caçadores, ecologistas, técnicos ambientais, pesquisadores e membros do Corpo de Segurança, entre outros setores, realizaram uma reunião em Mérida (Espanha) para melhorar a legislação sobre espécies invasoras e promover a coordenação entre os diferentes setores envolvidos nessa gestão.
O projecto Interreg Europe Invalis envolve, para além do Governo Regional da Estremadura, o Centro Nacional do Ambiente da Grécia, a Agência do Ambiente da Córsega (França), a Agência de Desenvolvimento Regional de Bucareste (Roménia), o Instituto de Ciências Agrícolas e Desenvolvimento do Porto (Portugal) e a Região de Planeamento de Zemgale (Letónia).
Outro projecto transfronteiriço de prevenção de espécies exóticas invasoras é o Life Invasaqua, no qual participam oito entidades de Espanha e Portugal: quatro universidades (Évora, Santiago, Múrcia -coordenador- e Navarra), um museu nacional (Ciências Naturais do CSIC), três associações (Aspea e Sibic) e uma agência de notícias: EFE, através da EFEverde.
As espécies exóticas invasoras representam uma ameaça para a biodiversidade e os ecossistemas naturais, podem causar uma redução ou extinção das populações de espécies autóctones, suscitam preocupações quanto à saúde humana e causam anualmente à economia da UE prejuízos no valor de milhares de milhões de euros.
“A sociedade não sabe quanto dinheiro público está sendo gasto para combater essas espécies… e que está sendo subtraído de outros fundos públicos também”, adverte Palacios.
Por isso, a colaboração cidadã, com pequenos gestos, e os meios de comunicação, com a difusão de notícias sobre o assunto, são “tão importantes”.
“Sem a mídia, os técnicos que trabalham neste tema perdem uma porcentagem muito válida de serem também interlocutores da sociedade”, acrescenta.
Se foram descritos como “invasores” é porque são “invasores”. “Eles vieram para ficar, porque se adaptam muito bem e querem ficar aqui porque sabem – aponta – que são muito mais fortes que os do território”.
A União Europeia tem 12.000 espécies exóticas reconhecidas, das quais 15% são invasivas, e o orçamento para a sua gestão está próximo dos 12.500 milhões de euros por ano.
Na Península Ibérica, um dos focos de bioinvasão à escala mundial, os ecossistemas aquáticos albergam cerca de 200 espécies exóticas invasoras, incluindo a fauna e a flora, e todos os anos este número aumenta à razão de duas ou três novas espécies. EFE
(Esta crónica faz parte da série “Histórias Ibéricas de Coesão Europeia”, um projecto colaborativo entre a Efe e a agência portuguesa Lusa financiado pela Direcção de Política Regional da Comissão Europeia).
as/afeito
[box type=”shadow” ]Life Invasaqua está coordinado por la Universidad de Murcia con la participación de 8 socios: EFEverde de la Agencia EFE, las UICN-Med, el Museo de Ciencias Naturales-Consejo Superior de Investigaciones Científicas, la Sociedad Ibérica de Ictiología (SIBIC), la Universidad de Navarra, la Universidad de Santiago de Compostela, la Universidad de Évora y la Associaçao Portuguesa de Educaçao Ambiental (ASPEA)[/box]
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Sobre LIFE17 GIE/ES/000515 Life Invasaqua de la UE.
Especies exóticas invasoras de agua dulce y sistemas estuarinos: sensibilización y prevención en la Península Ibérica
Cofinanciado por la UE en el marco de la iniciativa Life y coordinado por la Universidad de Murcia, LIFE INVASAQUA tiene por objeto contribuir a la reducción de los impactos perjudiciales de las ESPECIES EXÓTICAS INVASORAS (EEI) sobre la biodiversidad mediante el aumento de la sensibilización del público, el aumento de la formación en sectores involucrados y la creación de herramientas para un sistema eficiente de alerta temprana y respuesta rápida (Early Warning and Rapid Response, EWRR) para gestionar sus repercusiones en los ecosistemas de agua dulce y estuarios.
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